Alexandre Kireeff estuda parceria público-privada para gerir Estádio do Café
Medida seria alternativa à privatização do estádio, descartada neste momento.
Em pouco tempo a gestão do Estádio do Café, um dos principais palcos esportivos de Londrina, pode deixar de ser exclusivamente responsabilidade do poder público. Conforme revelou o prefeito Alexandre Kireeff (PSD), o local deverá, a médio prazo, ser administrado por uma parceria público-privada.
A medida, conforme Kireeff, seria uma alternativa à privatização do estádio – descartada pelo prefeito, pelo menos neste momento. “O [Estádio do] Café é um patrimônio valiosíssimo para o município. Além do valor estratégico, tem também o valor histórico, esportivo e financeiro, já que fica em uma localização privilegiada”, avaliou. Com a parceria, as reformas e adequações necessárias ao estádio poderiam ser otimizadas, já que a morosidade e burocracia características da administração pública seriam amenizadas pela agilidade da iniciativa privada.
Com a definição do Santos (SP) como próximo adversário do Londrina na Copa do Brasil, o Estádio do Café voltará a ficar sob os holofotes da mídia nacional. Há uma semana, quando o mesmo Santos enfrentou o Figueirense (SC) pelo Brasileirão no Café, a estrutura do estádio – em especial o gramado – foi alvo de críticas dos dirigentes paulistas.
Para o prefeito, o tom das reclamações foi pesado, e não reflete a realidade. “Essas declarações têm algumas imprecisões. Falaram que o gramado é ruim. Realmente, o gramado não é bonito, mas tem plenas condições de jogo. Se não tivesse, o [Sérgio] Malucelli [gestor do Londrina Esporte Clube] não deixaria o Londrina jogar lá”, apontou. A solução proposta por um grupo local para revitalizar o gramado foi classificada por Kireeff como “interessante”, mas para ele tem caráter “paliativo”.
O fato de o Londrina ter calendário para o segundo semestre é bom para o clube, mas ruim para o estádio. Para que a troca do gramado saia do papel, o Café tem que ficar sem uso por um bom tempo. A dotação orçamentária para custear a troca, aponta o prefeito, já estaria encaminhada. “Estamos trabalhando para que parte dos recursos arrecadados dos grandes devedores de IPTU seja destinada para esse fim”.
Outras intervenções, como reformas estruturais nas arquibancadas e vestiários, dependem de aprovação do Ministério dos Esportes. Kireeff garantiu que a Prefeitura encaminhou projetos requerendo verbas federais para a revitalização do estádio. A troca das torres de iluminação, lembrou o prefeito, é o ponto mais atrasado, e dependeria diretamente da parceria público-privada para ser executada.
A curto prazo, explicou o prefeito, não há ações que possam “modificar radicalmente” – palavras do próprio Kireeff – o cenário do Estádio do Café. A troca do placar manual por um modelo eletrônico, mais moderno, é a que está mais próxima de se tornar realidade. Nos próximos dias deve ser publicado um edital para permitir a instalação de um placar eletrônico no estádio.
No ano passado, a Viação Garcia se mostrou interessada em doar um equipamento, mas o formato da licitação não atendeu às expectativas da empresa. “Vamos fazer um edital permitindo a doação por tempo determinado, em caráter de cessão não onerosa, com direito à exploração de publicidade no placar. Esperamos que dessa vez apareça algum interessado”, provocou o prefeito.