Polícia Civil pode parar

12/05/2014 09:26

Paralisação foi convocada pelo Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná, após morte de agente penitenciário em Colombo.

Após a fuga de 12 presos da Delegacia de Colombo (Região Metropolitana de Curitiba) neste domingo (11), que terminou com a morte de um agente penitenciário, o Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol) decidiu convocar a paralisação de todas as Delegacias de Polícia (DPs) do estado a partir da meia-noite desta segunda-feira (12).

Em Londrina, o Sindicato dos Policiais Civis e da Região (Sindipol) ainda deve se reunir para decidir se adere ou não ao movimento. Segundo o presidente do Sindipol, Ademilson Alves Batista, será realizada uma reunião da diretoria com o jurídico para definir se paralisam as atividades nas delegacias da região – o que precisaria de uma assembleia dos policiais - ou fazem outro tipo de protesto. “Independente disso, estaremos apoiando o Sinclapol porque é uma reivindicação justa. A Secretaria de Estado da Segurança Pública e a Secretaria de Justiça estão demorando muito para resolver a situação das carceragens superlotadas e sem pessoal adequado”, afirma.

O delegado-chefe da 10ª. Subdivisão Policial de Londrina, Márcio Amaro, disse que não está preocupado com uma possível paralisação. “Já temos um acordo com o sindicatos para que se mantenha o número mínimo de policiais trabalhando”, afirmou.

Revolta
“A greve vai durar até a Secretaria Estadual de Segurança Pública e a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos atenderem nossas reivindicações e retirarem os presos custodiados das delegacias em todo o estado. Não dá mais para adiar. Temos que esvaziar as DPs o mais rápido possível”, afirma André Gutierrez, presidente do Sinclapol.

Logo após a fuga em Colombo, o governador Beto Richa anunciou a determinação da antecipação do plano de esvaziamento de presos das delegacias de Curitiba e RMC, a começar por Colombo. De acordo com informações da assessoria de comunicação do estado, os presos serão absorvidos pelo sistema prisional estadual, de responsabilidade da Seju.

Para o vice-presidente do Sinclapol, Neylor Liberato Souza, foi necessário morrer mais um profissional da polícia para o governo tomar uma atitude. "Ou seja, tudo feito até hoje foi para inglês ver. Eles não estavam cumprindo as metas estabelecidas de retirada dos presos. Era tudo mentira", denuncia Souza.

Reivindicações
O plano conjunto entre as secretarias de Estado da Segurança Pública (Sesp), da Justiça (Seju) e da Vara de Execuções Penais (VEP), anunciado em fevereiro, prometia transferir todos os detentos de distritos policiais. As delegacias da região metropolitana, porém, têm registrado frequentemente casos de superlotação. Segundo Souza, são retirados cerca de 11 presos de algumas delegacias, mas, logo em seguida, recolocam mais 15 em cada unidade.