PR: Comércio no entorno da Arena reclama de indefinições
Um dos estádios mais atrasados para a Copa do Mundo, a Arena da Baixada chega a reta final de conclusão. Além do estádio, as obras ao seu redor seguem em ritmo intenso e mostram um cenário preocupante. A questão é criticada por comerciantes ao redor do local, que criticam as autoridades locais em algumas questões.
Com investimento de R$ 11,8 milhões para a recuperação de pistas de rolamento, de calçadas, acessibilidade, iluminação e paisagismo, a prefeitura da cidade promete que as obras nas proximidades vão ser finalizadas até o final do mês de maio. Apesar da promessa é notório que precisa acelerar o andamento.
O cenário ao redor da Arena é de muitas máquinas, funcionários e entulhos. As obras de calçamento começaram no início de janeiro e, no perímetro de quadras do local, ainda é visto calçadas inacabadas, pedras e sujeiras.
Claudio Marchioro, 52 anos, mora perto do estádio e reclama do trânsito ao seu redor. “Transtorno mesmo, eu não tive. Mas a dificuldade é de transitar nas ruas, pois está muito ruim pelas obras, com carros parando em fila dupla e com os caminhões de entrega dificultando”, declarou o advogado.
Xará de Marchioro, Claudio Salau, também de 52 anos, critica a falta de espaços para estacionar, que dificulta o seu negócio, em frente ao estádio. “Os transtornos foram diversos. Faltou planejamento. É uma demanda muito grande de pessoas e obras e, eu mesmo, tenho que estacionar a 500 metros do meu estabelecimento por não ter possibilidade. A Prefeitura não apresentou plano nenhum para conviver com todo esse transtorno por uma obra deste tamanho”, afirma.
Comércio se divide entre lucro e prejuízo
Com uma loja localizada na rua Brasílio Itiberê, onde o prédio de mídia ainda é levantado, a comerciante Cintia Roberta Souza, 38 anos, avalia que, mesmo com os transtornos, a avaliação é positiva. “O movimento só melhorou por causa da circulação das pessoas. O fluxo é muito grande e cresceu bastante”, comemora.
Por outro lado, Salau levantou os dados e vê um prejuízo alto dentro de sua loja de suplementos. “Gerou uma série de problemas para os comerciantes e os próprios moradores. A nossa perda no fluxo financeiro é de aproximadamente 50%”, lamenta o engenheiro.
A ideia tanto do comércio quando de quem mora nas proximidades da Baixada é de que todos esses problemas resultem em um crescimento e valorização da área. “É justamente essa a expectativa para cobrir prejuízos”, disse Salau.
A opinião é compartilhada por Pedro Nunes, 33 anos, administrador de empresas. “Agora, com o famoso ‘padrão Fifa’, vejo que todos nós da região vamos ganhar com as melhorias na infraestrutura. O transtorno vai valer a pena”, acredita.
“Vou poder abrir em dia de jogo?”
A dúvida é geral. Por todo o comércio ao redor da Arena da Baixada, os donos do estabelecimento não sabem qual será o procedimento nas quatro partidas da Copa do Mundo em Curitiba.
Questionados se vão poder abrir ou não, alguns ainda brincaram com a situação. “Pensei que você me daria essa informação”, falaram aos risos. O fato é de que a comunicação falha com as autoridades irrita o comércio curitibano.
Em todas as lojas, os proprietários pretendem abrir seus negócios. “Não recebi nenhum comunicado oficial de que não posso abrir meu comércio. Portanto, pretendo abrir sim”, declara Souza.
“É mais um ponto negativo, não teve um processo transparente sobre esse tipo de informação. Ninguém sabe se vai poder e, se abrir, vai ter algum ônus por isso”, questiona Claudio Salau.
Autoridade explica: “vão poder”
A questão não estava clara, realmente. Nos últimos meses as próprias autoridades mostravam dúvidas para responder se os comerciantes poderiam abrir seus estabelecimentos nos dias de jogos do Mundial. A dúvida é respondida pelo coordenador-geral da Copa do Mundo, Mario Celso Cunha.